Gestão de Compras

O que aconteceu com o “Just in Time”?

É o principal questionamento que, diariamente, profissionais de compras ligados à gestão de materiais (estoques e logística) se perguntam.

As áreas de estoques e compras passam frequentemente por períodos de alta turbulência em suas operações.

Portanto, neste artigo falaremos um pouco sobre o modelo “Just in time” aplicado nas empresas e indústrias.

Gestão de Níveis de Estoque: Just in time x Estoques reguladores

O processo de compras e estoque antes dos anos 2000

Em décadas anteriores aos anos 2000, uma empresa que tinha domínio de estoques de regulagem para manter seus níveis de produção e vendas, detinha certa vantagem competitiva em nível de produtividade e entrega garantida.

Ao mesmo tempo, os estoques davam cobertura às operações e geravam uma zona de conforto em função do planejamento de aquisições de itens e doutrinação de níveis de estoques.

Porém, com o advento da cultura Lean, baseada no modelo Toyota de Produção, boa parte das empresas modificaram suas formas de atuação.
Assim, modificou-se completamente as formas de produzir, negociar, prever demandas, estoques e operacionalizar compras e logística com base nos conceitos e técnicas presentes no just in time.

O processo de compras e estoque em 2020 e em meio a pandemia

A maioria das estratégias no modelo just-in-time foram testadas em 2020 e arriscadas em 2021 e anos subsequentes. 

Estratégias como abaixo geraram mudanças em ambientes empresariais:

  • Estoque zero;
  • Estoque baseado em disponibilidade pré-determinada com fornecedores;
  • Software de controle;
  • Inventário logístico;
  • Melhorias nos métodos de produção;
  • CD.

Até o início de 2020, manter estoques de longa duração seria antieconômico, iria gerar desperdícios financeiros e, por muitas vezes, uma grande chance de perder dinheiro em compras de oportunidade devido à constante volatilização de preços.

Porém, como todos os acontecimentos em escala mundial presentes nos últimos anos, muitas empresas foram afetadas por problemas relativos à escassez de matérias primas, insumos e produtos para revenda.

Como o mercado fornecedor se comportou?

Com esse cenário, o mercado fornecedor encolheu em uma velocidade nunca vista.

Produtos comprados “no fornecedor da esquina” passaram a ser negociados por players internacionais com preços dolarizados e sem nenhum prazo de entrega em condição firme.

Atrelado a isto, o valor de compra dos itens alvo de estoque tiveram acréscimos exorbitantes em um curto espaço de tempo.

Diante disso, houve uma readequação a um período recorde de custos e preços, refletindo diretamente na saúde financeira da empresa e segmentos inteiros, chegando aos consumidores finais.

Com esse cenário, os compradores e profissionais de gestão de materiais tiveram o trabalho de 20 anos colocado em “cheque”.

Porém, o just in time não está conseguindo suprir sua função de regulação devido a escassez de itens, prazos de entregas indefinidos e preços de aquisição em alto nível de volatilidade.

Como resultado, para tentar ganhar algo em termos de entrega e custo, diversas empresas estão abrindo mão de conceitos ligados à eficiência, economia e tentando manter estoques de cobertura além do ciclo convencional.

No entanto, a voracidade da demanda tem se demonstrado avassaladora e irregular, dificultando, ou até mesmo, impossibilitando o planejamento de materiais a médio e longo prazo. 

Portanto, este cenário ocasiona, geralmente, a anulação de qualquer tentativa de planejamento operacional.

“Estamos trabalhando para o mês”

Anteriormente tínhamos estabilidade de fornecimento e players bem distribuídos.

Novos players surgiram, outros sumiram, alguns se adaptaram e muitos mantiveram suas operações a custos que não se sabe por quanto tempo conseguirão suportar.

Todos conhecemos as vantagens do just in time, porém, nessa nova realidade conseguimos ver a fragilidade dos processos de negociação e fornecimento.

Portanto, os acontecimentos recentes geraram impactos “estrondosos” e percebemos o quão despreparados estamos para enfrentar as consequências e oscilações ocasionadas por esse fenômeno.

Estamos novamente em um cenário similar aos anos 80 e 90: preços “inflamados”, escassez de produtos e necessidade de retornarmos ao antigo hábito de estocar.

No entanto, esse dilema entre estocar e não estocar tem um impacto crescente na cadeia de custos, financeira e, sem menos, efeitos diretos na precificação.

Hoje, muitas operações são tratadas com base no que o fornecedor consegue entregar e não mais no que nossa empresa deseja produzir ou vender.

Comprar bem passou a ser a maior necessidade das empresas na atualidade!

Nesta publicação, apresentamos para você as principais instabilidades que o cenário atual gerou no modelo de compras e gestão de estoque “Just in Time“.

A crise da escassez de insumos e matérias-primas aparenta estar longe do fim e sim, continuaremos nos perguntando: o que aconteceu com o “Just in Time”?

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